Comunicação – As empresas e os seus desafios

01 Mar, 2017

 

A comunicação continua a ser o segredo mais importante para o sucesso de qualquer empresa. Parece simples e de conhecimento geral, porém, ainda existe um enigma no que toca à forma eficaz de comunicar. E porquê? O problema em geral passa pela valorização da comunicação externa em detrimento da comunicação interna, ou seja, a sua desvalorização.

“A informação é o produto da comunicação interna e deve ser tratada como a melhor estratégia de aproximação empresa/funcionário. O ditado popular ‘ninguém gosta daquilo que não conhece’ é uma realidade no meio empresarial. Da mesma forma, ninguém é feliz num ambiente onde não existe integração entre pessoas, entre áreas, e até mesmo, entre a empresa e o público interno como um todo”. BRUM(2003, p. 38).

O erro de muitas organizações nasce nos fluxos de comunicação. Cada empresa tem os seus níveis hierárquicos e, naturalmente, em cada um deles, abordam-se temas diferentes, existindo relações que se destacam perante outras.

O problema nunca vai ser a existência dessas mesmas, mas sim a falta de comunicação e compreensão que pode nascer de uma hierarquia demasiado acentuada. O facto, é que em todo o lado têm de existir superiores hierárquicos e colaboradores, de onde nascem as várias relações. Cabe, a cada um, tirar o melhor partido dessa diversidade. Alguns dos pressupostos a considerar:

  1. Quando o colaborador olha para o seu superior apenas como “chefe”, e não como um líder com quem possa falar e debater temas, pode existir um desânimo pessoal ou uma frustração;
  2. Uma frustração, pode gerar também um descontentamento profissional, que se irá traduzir, por sua vez, na forma como o colaborador sente o dia-a-dia da empresa onde trabalha;
  3. Se são os colaboradores que mais interagem com os clientes e se são os clientes que mais impactam na sustentabilidade das empresas, logo, importa que o impacto da comunicação interna se traduza positivamente na comunicação com os clientes;
  4. Potenciando o fluxo de comunicação, procuramos potenciar também a produtividade. Um dos seus pressupostos é “trabalhar melhor” e não “trabalhar mais”. Para que isto que se torne uma realidade, é imprescindível existir um ambiente propício para isso, em que todos se sintam parte da equipa e os colaboradores possam retirar o melhor da empresa ao mesmo tempo que a empresa tira o melhor partido dos colaboradores;
  5. Seja qual for a área da empresa, Vendas, Operação, Marketing, Logística, etc., a comunicação funciona sempre como o meio de interligação entre elas. Quanto menores os ruídos e maior a clareza, melhor o ambiente interno e maior a preparação para os desafios externos.

Quanto mais próximo das pessoas for o modelo de comunicação, mais próximo estamos do envolvimento com a liderança, objetivos, dificuldades e oportunidades com que nos podemos deparar diariamente.

Se pensarmos no tempo que passamos em casa e no tempo que passamos ao serviço da empresa, facilmente chegamos à conclusão que grande parte do nosso esforço comunicacional acontece no ambiente profissional. Qualquer que seja a hierarquia, ou o contexto, ainda existem muitas empresas a não envolverem no processo de decisão toda a estrutura que pode contribuir positivamente para o mesmo. Muitas vezes, isso resulta no desconhecimento e na falta de envolvimento das pessoas, tendo como consequência o não aproveitamento da massa crítica existente nos diferentes patamares. Ex. Se o colaborador B não sabe o que faz o colaborador C, como pode este ajudar/debater/opinar algo que até pode vir a ser relevante?

“Os clientes não vêm primeiro. Os funcionários vêm primeiro. Se cuidares dos teus funcionários, eles vão cuidar dos clientes.” BRANSON Richard.

Em jeito de conclusão, é necessário cada vez mais quebrar tabus de hierarquias, dar lugar a novos paradigmas e construir modelos de comunicação abrangentes a todos os colaboradores. Todos têm de olhar na mesma direção para puxar a corda para o mesmo lado, juntando a experiência dos mais velhos com o dinamismo dos mais novos. Ter essa noção não é prescindir da hierarquia, nem do poder da informação que está inerente a cada cargo, mas sim saber interpretar o papel de cada um e liderar com uma visão distinta e convicta de que os colaboradores são os verdadeiros “embaixadores” do negócio.

O aplauso que a empresa recebe, é tão importante quanto aquele que essa dá.

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